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Produtores

 

 

O Projeto

Este projeto rege-se pela simplicidade de fazer bem, respeitando as práticas vitícolas ancestrais transmitidas de geração em geração, com pequenas adaptações ao conhecimento atual.

São privilegiadas as castas brancas autóctones e potenciadas as suas múltiplas facetas e comportamentos vitícolas e enológicos, conjugando vinhas de diferentes idades e instaladas em diferentes localizações na ilha.

Nos Açores a imprevisibilidade e rusticidade do clima não é contornável, pelo que todos os anos são diferentes, razão pela qual neste projeto os “vinhos têm que ser o que cada ano dá”.

Os atributos destes vinhos refletem a sua origem, onde castas únicas no mundo crescem num “substrato” rochoso nas proximidades do Atlântico, numa “recém-formada” ilha vulcânica com uma viticultura única e exigente.

Açores

As ilhas dos Açores são de origem vulcânica, o que confere ao solo uma composição rica e variada, ideal para a viticultura. O clima é marcadamente atlântico, com temperaturas amenas e uma elevada humidade, condições que influenciam o ciclo de crescimento das vinhas e as características dos vinhos.

A vinicultura açoriana é dominada por castas autóctones, como o Verdelho, Terrantez do Pico e Arinto dos Açores, que são bem adaptadas ao ambiente insular. Estas castas produzem vinhos com alta acidez e frescura, refletindo as características do terroir vulcânico e o impacto do clima oceânico.

A maioria das vinhas nos Açores é cultivada em “currais”, pequenas parcelas rodeadas por muros de pedra basáltica que protegem as videiras dos ventos fortes e da salinidade marinha. Este método tradicional não só ajuda na proteção das plantas, mas também contribui para a manutenção do ecossistema e do paisagismo característico da região.

Desafios e Sustentabilidade

Nos últimos anos, houve um esforço significativo para revitalizar a indústria vitivinícola dos Açores. Novas tecnologias e métodos de vinificação foram introduzidos, ao mesmo tempo que se mantêm as tradições que definem a identidade dos vinhos açorianos. Empresas como a Azores Wine Company, por exemplo, têm sido pioneiras na modernização da produção e na promoção dos vinhos açorianos no mercado global.

Os produtores açorianos enfrentam vários desafios, incluindo a limitação geográfica das ilhas, que restringe a expansão das áreas de cultivo e aumenta os custos de produção e distribuição. Contudo, a viticultura nos Açores está cada vez mais orientada para práticas sustentáveis, aproveitando as condições naturais para minimizar o impacto ambiental e garantir a sustentabilidade a longo prazo da produção vinícola.

Vitivinicultor dos Açores

Paulo Machado,

Nasceu e sempre viveu na ilha do Pico, uma ilha onde é tradição crescer em estreita ligação com a cultura da vinha e do vinho.

As vivências familiares e o fascínio pela vitivinicultura levaram-no a querer aprofundar conhecimentos, por isso cursou Engenharia Agrícola na Universidade dos Açores e mais tarde uma Pós-Graduação em Enologia na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, no Porto.

Profissionalmente, passou pela docência no ensino regular e profissional como formador de Viticultura e Enologia. Desempenhou ainda funções técnicas no Serviço de Desenvolvimento Agrário e, de forma mais duradoura, na Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, entidade que também presidiu entre 2010 e 2016, contribuindo decisivamente para a revitalização do setor vitivinícola dos Açores.

Paralelamente, foi desenvolvendo um projeto familiar relacionado com a sua grande paixão – a viticultura e a produção de vinhos, que levou ao surgimento da Insula Vinus em 2006.

Este projeto cresceu com vinhas próprias e um pequeno espaço de vinificação, tendo procurado desde cedo fazer bem e diferente e complementar conhecimentos noutras áreas. Nesta fase, aprofundou uma relação de amizade com Filipe Rocha e António Maçanita, com quem em 2013 teve a oportunidade de trabalhar em parceria na vinificação da casta local Arinto dos Açores.

Desta parceria resultou uma nova formação empresarial, em 2014, a Azores Wine Company, que passou a adquirir as uvas da Insula Vinus, empresa que passou a dedicar-se à viticultura.

Passados alguns anos de dedicação à recuperação e manutenção de dezenas de hectares de vinhas em currais na Azores Wine Company, era tempo de voltar ao projeto de produção de vinhos da Insula, numa interpretação pessoal de alguém que conhece bem as castas autóctones e o seu comportamento nas condições peculiares da ilha do Pico e que acredita nas potencialidades enológicas dessas uvas especiais.